Reseña del libro "A Solidariedade Laços de Sangue, Laços de Razão (en Portugués)"
Será a solidariedade um conceito novo? De que forma é que esta "ideia-força" se tornou uma aposta política primordial para a sociedade atual? Partindo desta dupla interrogação o sociólogo Jean Duvignaud pretende traçar aqui a história do elo que une os homens. As formas tradicionais são, em primeiro lugar, os laços de sangue desde as linhagens cavalheirescas às famílias camponesas. O conceito moderno de solidariedade surge integrado na sociabilidade urbana. Ao reunir os homens, as cidades reclamam o seu consentimento. Todavia, há também solidariedade de saberes ou de saberes práticos: corporações, associações operárias e universidades. São as solidariedades fechadas que assentam numa hierarquia rígida. Com o advento da indústria, emergem novos tipos de solidariedade. As solidariedades operárias nascem, ao longo da década de 60 do século XVIII, no seio dos tecelões e dos mineiros ingleses, como expressão de um sentimento de revolta contra a miséria e a exploração. As novas solidariedades baseiam-se, então, no projeto utópico de criação de uma sociedade igualitária. Perante a elevação do direito social ao estatuto de ideologia passam a existir aquilo a que Jean Duvignaud chama solidariedades errantes: momentos efémeros de atividades lúdicas ou de festas, nichos de libertinagem e convivências centradas no prazer. O autor apela, então, a uma pluralidade de solidariedade para que os homens possam controlar a sua cultura, as suas relações e a sua vida. Jean Duvignaud, escritor, sociólogo e professor na Universidade Paris VII, é ainda diretor da revista L´Internationale de l´Imaginaire.